Eu sempre achei que a roseira ficava florida sempre. Pra mim, esse era um princípio dela: ter rosas!
Antes que vocês me julguem, tenho em minha defesa que sou quase completamente leiga quando o assunto é plantas. Só não sou totalmente leiga porque depois que tenho minha casinha já fiz tentativas de ter plantinhas e, sim, matei algumas! Mas, também estudei (um pouco) e vivo enchendo meus amigos que entendem de plantas de perguntas.
Em fevereiro deste ano ganhei uma roseira. E aí ela já começou a me fazer refletir, porque, afinal, eu não imaginava como era uma roseira iniciante. Até porque, as que eu conhecia, como eu disse, estavam sempre floridas e com muitas rosas, várias!
Eu ganhei um botão de rosa. Só que esse era diferente de todos os outros que eu já havia ganhado. Não era um botão retirado de uma roseira para alegrar um dia de alguém - e depois morrer -, era uma roseira em potencial. Tinha que ser plantada. Tinha que ficar no lugar correto para receber o sol. E tinha que ser aguada (ainda tem) todos os dias - dependendo do clima, até duas vezes por dia. E daí me veio um espanto: elas começam assim?
Aquele primeiro botão morreu. E eu fiquei super chateada. Achei que tinha matado mais uma planta. Mas o que morreu foi o botão e não a roseira. De lá pra cá, estamos no quarto botão que abriu. Dessa vez, foram dois ao mesmo tempo. E eu tenho me deleitado com o processo. (E, parece contraditório, mas me esforçado para que ele dê certo!).
É... eu sei que eu sempre falo dos processos e de como eles são importantes. Mas vivê-los tem muito mais espinhos do que flores. Pra mim, entender, dia após dia, que há momentos em que não haverá flores tem sido desafiador.
Logo eu, que não gosto de filmes de ação, mas sou apaixonada por histórias intensas, cheias de reviravoltas, diálogos profundos, corridas no aeroporto, estou entendendo que, na vida real, nem sempre as flores estão em sua total potência - e não quer dizer que elas não estão ali.
Eu tenho aprendido muito com as plantas. Tenho aprendido as pausas, os respiros, os tempos. As surpresas. Tenho aprendido a receber, a ser resiliente, e a florir "com tudo" - quando é a hora.
Tenho aprendido, principalmente, a ver além do que se mostra.
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