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Mostrando postagens de maio, 2020

O que a falta que sinto revela sobre mim...

Em momentos de incerteza, medo, indecisão, confusão e indefinição, nossos sentimentos ficam mais aflorados e nossas lentes são alteradas. O valor que damos às coisas muda, ou se revela. Tenho refletido - ou sentido - sobre isso nos últimos dias. A música "Comida", dos Titãs, da qual eu gosto muito porque compara a arte e a cultura ao que temos de mais básico para sobreviver: alimento e água, também tem martelado minha cabeça sobre a tríade desejo, necessidade e vontade. Neste período de distanciamento social, todos temos passado vontade, muitos necessidade e outros tantos têm visto os desejos estão sendo relativizados. Como boa seguidora de regras que sou - e também bastante medrosa - tenho segurado a onda das vontades muito bem. Mas eis que, nesta semana, acordei muito pra baixo e comecei a tentar identificar qual era o gatilho da vez, porque, afinal, nessa situação toda, eles são muitos. E me vi com uma dor no peito pela falta que tenho sentido de abraçar! Quem me conh

Por que ou Pra que este blog?

Penso que.... na verdade, o que mais importa são os porquês! Quem me conhece sabe que eu adoro compartilhar! Fico sabendo de algo legal e quero que todos ao meu redor também fiquem! Na verdade, com o passar do tempo eu comecei a chamar isso de compartilhar, porque achei mais bonito do que o rótulo que a minha família me dava... "conversa demais!" Mágoas de bullying da infância deixados de lado, eu comecei a perceber que conectar, articular, trocar, construir eram marcas presentes em meus comportamentos em qualquer papel social que eu ocupasse. Como profissional, amiga, colega de sala, namorada, eu sempre tinha esses movimentos. Até que um dia, uma amiga - dessas que todas as pessoas precisam ter - me desvelou e sacou a minha: eu compartilhava muito de tudo e pouco de mim! Uau! Que forte isso, não é mesmo? Então, fui me observando e percebi que o curso de Psicologia, que comecei em 2018, tem, além de muitas outras coisas, me proporcionado esse compartilhamento de u

O que tenho aprendido sobre as relações

É sempre sobre ceder. E é sempre uma operação complexa. Não porque seja uma equação difícil, mas porque ao mesmo tempo que é exata é subjetiva. O resultado da equação é que demonstra se o relacionamento é saudável ou não.  Mas não é sobre ceder o mesmo tanto. É sobre se o que eu cedo, na minha percepção, vale o mesmo tanto do que você cede. Só que aí entra você e a sua percepção quanto ao que você cede e quanto ao que eu cedo. Por isso é tão complexo. E essa operação deve ser temperada, a meu ver, por respeito,  humildade, colaboração, foco no fazer dar certo, empatia, assertividade.  Mas e o amor?  Aparentemente, ele torna a equação mais simples, mas não.... Ele a torna ainda mais complexa. Porque o amor altera as percepções, relativiza as coisas. O que eu cedo pra um irmão, por exemplo, é muito diferente do que eu cedo pra um colega. Mas se estou magoada com quem amo (o que geralmente acontece muito mais do que com quem não amo) a percepção muda e o peso da balança também.

As plantas precisam ser aguadas, isso é inegável! Mas cada uma é cada uma...

Que estranho eu, logo euzinha que não entendo nada de plantas, ter um texto sobre plantinhas, não é mesmo? Na verdade, essa é uma das muitas metáforas que me ajudam a entender as coisas e que me deu um grande tapa na cara recentemente. Canceriana que sou, sempre disse que as relações são como jardins e, que, portanto, precisam ser aguados. Dizia isso, toda romântica que sou, tanto para "justificar" meus atos de afeto diários, quanto para solicitar regas constantes. Mas, a coragem de ter uma planta chegou só ano passado. Sim!!!! Eu falava disso, mas nem sequer tinha uma planta em casa. Confesso que foi um exercício da terapia, mas o fiz com afinco. Fui ao viveiro escolher a planta e também para aprender como deveria cuidar dela. Cheguei em casa, mudei de vaso, coloquei a terra, escolhi o melhor lugar para deixá-la e, a essas alturas, já estava me arrependendo. Comecei a cuidar da planta e ela passou a fazer parte da minha rotina. Estava feliz em tê-la em casa quando cheg

"Uau! Que diferença!"

Cá estou eu, em maio de 2020, recuperando um hábito de escrever. Hábito que, há 15 anos me levou a uma escolha de curso de graduação, desencadeando muitos outras escolhas e consequências em minha vida. Por conta dessa loucura de pandemia, eu resolvi passar o período de distanciamento social na casa da minha mãe. Depois de quase dois anos da mudança oficial, me vejo de novo neste lugar e muita nostalgia tem me rodeado desde então. Há alguns dias vi minha foto da formatura na Letras na estante da minha mãe. Ela foi tirada em julho de 2009, no momento em que fomos comunicados que a nossa Colação de Grau estava cancelada por conta do H1N1. É lógico que ver essa foto me fez pensar em muitas coisas em relação ao que eu vivi naquela época - uma das mais treshs da minha vida - e o que estamos vivendo agora enquanto humanidade. Mas, ver aquela foto também escancarou minhas diferenças. O quanto eu mudei! Começando pelo cabelo. Depois, reparando o olhar, o sorriso... As crenças, as dores, o