Este texto não é e nem tem pretensão de ser uma resenha (quem sabe uma singela homenagem), mas uma reflexão provocada por uma pequena grande obra. "O pequeno vendedor de chicletes: e outros contos sem fadas", da minha amiga e brilhante escritora Aline Caixeta é daqueles livros que trata do que realmente importa: nossa humanidade.
Nessa coletânea, a autora conta - a seu modo, mesclando, como ela mesma diz, cores, nosso povo e nossa cultura - contos clássicos de Hans Christian Andersen. Para ela, e para mim também, a literatura é, além de um direito, uma forma de compartilhar o que há de mais humano em nós.
Conheci a obra como um projeto, um desejo, uma vontade. Minha amizade com a autora surgiu pelo encontro que trabalhar com projetos sociais e culturais nos proporcionou. Tantas trocas nos fizeram perceber que, mesmo com muitas diferenças, tínhamos valores muito parecidos e, desde então, seguimos juntas pela vida, em uma relação que "ultrapassa os limites da linguagem".
Em um dado momento, ela me convidou para fazer a administração do que viria a ser o projeto que viabilizou a publicação da obra. Apesar de já ter jurado não trabalhar mais com gestão de projetos culturais, a proposta do livro e a competência da proponente me fizeram aceitar o desafio.
Foram dois anos de muito trabalho, longas conversas, alguns perrengues e, finalmente, o livro foi lançado. Mesmo tendo acompanhado tudo de perto, escolhi esperar um tempo para ler o livro impresso. Queria me distanciar do papel de gestora para ler como apreciadora.
Em um final de semana de emoções confusas e intensas, sentei na sacada do meu apartamento para me deliciar com esse livro. E degustar livremente cada história. Foi uma ótima escolha essa minha, por mais que pareça contraditória.
Como assim, ler "histórias tristes" pode fazer bem? Histórias sobre fome, violência, desigualdade social, morte, arrogância, superficialidades, escolhas difíceis, perdas, desilusão e discriminação. São esses alguns dos temas que as personagens de Aline e Andersen experienciam.
Mas também são histórias de esperança, vida, sensibilidade, simplicidade, arte, lembranças, amor, compaixão e coragem.
Olhar para aquilo que nos compõe e nos dar conta do que realmente importa é curador!
Obrigada, Aline, por tanta competência, mas principalmente por tanta sensibilidade e coragem de nos lembrar como é ser humano.
Para mais informações sobre o livro e para acompanhar o trabalho da autora, basta clicar: https://www.recantodaprosa.com/opequenovendedordechicletes
A Aline é tão maravilhosa! Eu adorei o que você escreveu aqui e só posso concordar :)
ResponderExcluirÉ muito bom ver o projeto dela ganhando as asas que está ganhando.
Um beijo,
Fernanda Rodrigues | contato@algumasobservacoes.com
Algumas Observações
Projeto Escrita Criativa
Oi, Fer!!! Acredita que só vi seu comentário agora???? Que honra ter você por aqui! E, sim, a Aline é maravilhosa ;)
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