Pular para o conteúdo principal

O que tenho aprendido sobre as relações

É sempre sobre ceder. E é sempre uma operação complexa. Não porque seja uma equação difícil, mas porque ao mesmo tempo que é exata é subjetiva. O resultado da equação é que demonstra se o relacionamento é saudável ou não. 

Mas não é sobre ceder o mesmo tanto. É sobre se o que eu cedo, na minha percepção, vale o mesmo tanto do que você cede. Só que aí entra você e a sua percepção quanto ao que você cede e quanto ao que eu cedo. Por isso é tão complexo.

E essa operação deve ser temperada, a meu ver, por respeito,  humildade, colaboração, foco no fazer dar certo, empatia, assertividade. 

Mas e o amor?  Aparentemente, ele torna a equação mais simples, mas não.... Ele a torna ainda mais complexa. Porque o amor altera as percepções, relativiza as coisas. O que eu cedo pra um irmão, por exemplo, é muito diferente do que eu cedo pra um colega. Mas se estou magoada com quem amo (o que geralmente acontece muito mais do que com quem não amo) a percepção muda e o peso da balança também. Aí eu cobro o que cedi (ou, na verdade, não cedi), porque, com a mágoa, a balança descompensa de novo.... 

E aí, escrevendo esse texto eu concluo... É tudo sobre interesse. O quanto me esforço pra balancear a equação depende do quanto me interesso. 

E aí entra o interesse do outro. E aqui não é só sobre interesse mesquinho, pode ser interesse pelo bem estar do outro. E tudo isso molda cada balança, cada relação. 

É sempre sobre quem sou e o que busco na relação com o outro.  

É sobre ser e estar!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sobre nos dar conta do que realmente importa!

Este texto não é e nem tem pretensão de ser uma resenha (quem sabe uma singela homenagem), mas uma reflexão provocada por uma pequena grande obra. "O pequeno vendedor de chicletes: e outros contos sem fadas", da minha amiga e brilhante escritora Aline Caixeta é daqueles livros que trata do que realmente importa: nossa humanidade. Nessa coletânea, a autora conta - a seu modo, mesclando, como ela mesma diz, cores, nosso povo e nossa cultura - contos clássicos de Hans Christian Andersen. Para ela, e para mim também, a literatura é, além de um direito, uma forma de compartilhar o que há de mais humano em nós. Conheci a obra como um projeto, um desejo, uma vontade. Minha amizade com a autora surgiu pelo encontro que trabalhar com projetos sociais e culturais nos proporcionou. Tantas trocas nos fizeram perceber que, mesmo com muitas diferenças, tínhamos valores muito parecidos e, desde então, seguimos juntas pela vida, em uma relação que "ultrapassa os limites da linguagem&quo

É preciso limpar as lentes!

 Se você, assim como eu, usa óculos - de grau ou de sol (eu uso os dois) - sabe que há uma verdade óbvia, inexorável e pouco lembrada pelos usuários desse objeto: é preciso limpar as lentes! Se você, assim como eu, usa óculos, deve estar pensando que é uma grande bobagem que eu comece um texto dizendo isso, já que é evidente que é preciso limpar as lentes. Mas, se você, assim como eu, usa óculos, sabe bem que, por muitas vezes - e por muito tempo - a gente não o faz. E o bizarro disso tudo é que o que era para nos ajudar a enxergar melhor, acaba por nos atrapalhar ao estarem sujas. No meu caso, às vezes é melhor não usar óculos do que usar sem limpar as lentes. E, para completar a estranheza, por muitas vezes somos alertados de que precisamos limpar as lentes não por nossa dificuldade de enxergar, mas por outras pessoas que veem e comentam. Se é tão básico assim limpar as lentes, por que não fazemos? Porque nos acostumamos com o que vemos. E, acostumados, passamos a não reparar que aqu

O desafio de ver além do que se mostra!

Eu sempre achei que a roseira ficava florida sempre. Pra mim, esse era um princípio dela: ter rosas! Antes que vocês me julguem, tenho em minha defesa que sou quase completamente leiga quando o assunto é plantas. Só não sou totalmente leiga porque depois que tenho minha casinha já fiz tentativas de ter plantinhas e, sim, matei algumas! Mas, também estudei (um pouco) e vivo enchendo meus amigos que entendem de plantas de perguntas. Em fevereiro deste ano ganhei uma roseira. E aí ela já começou a me fazer refletir, porque, afinal, eu não imaginava como era uma roseira iniciante. Até porque, as que eu conhecia, como eu disse, estavam sempre floridas e com muitas rosas, várias! Eu ganhei um botão de rosa. Só que esse era diferente de todos os outros que eu já havia ganhado. Não era um botão retirado de uma roseira para alegrar um dia de alguém - e depois morrer -, era uma roseira em potencial. Tinha que ser plantada. Tinha que ficar no lugar correto para receber o sol. E tinha que ser agua