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Sobre (se) sentir.

Hoje eu tive medo!
  
Entre tantos medos que este ano tem nos apresentado (2020!), hoje eu tive medo de não dar conta.
  
Não imagine que isso é mimimi, mas eu raras vezes tive esse medo na vida. Veja bem: esse medo.
  
Não porque me ache Foda, mas porque costumo - por ser dedicada, esforçada, comprometida - dar conta do que me proponho (ou será por que ouso pouco? Ou ainda, por questão de honra?).
  
Só sei que tive medo! E medo de estar sentindo isso!
Mesmo sabendo que o medo é uma emoção básica e, por isso, necessária... Quase chorei de medo!

E aí, senti culpa. Senti culpa porque uma das coisas que mais faço na vida, profissionalmente ou não, é ajudar as pessoas a darem conta. Como que eu posso não dar?
  
E aí o peso aumentou.

Mesmo me lembrando que sou humana, que é importante acolher tudo isso, que o contexto não está favorável, que ficar triste é normal e etc etc etc, eu senti culpa.
  
E aí, chorei. Senti raiva, e chorei de novo.
E fiquei triste.
E me acolhi.
E escrevi.
Me senti humana.
Me senti inteira.
Me senti.

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