Estamos em março de 2021. A alguns dias de completar um ano que a ONU nos contou que estávamos, oficialmente, vivendo uma Pandemia. Começo este texto assim, porque as crônicas são temporais, ou seja, transitórias. Então, se esse texto durar muitos anos e o leitor não tiver vivido (ou não lembrar direito do que estou falando) só vai compreendê-lo "dando um google" e pesquisando "como estavam vivendo as pessoas no Brasil na pandemia de Covid 19?".
Tem muita gente dizendo por aí que estamos vivendo um novo normal! Apesar de conseguir enxergar coisas boas nesse período que estamos vivendo - sem desconsiderar a dor, o medo e angústia - não consigo dizer que isso é normal.
Várias vezes disse para as pessoas nas inúmeras reuniões remotas que estou fazendo (e até acho que estamos lidando bem com essa parte, apesar da falta do cafezinho no intervalo que é muito mais que um café), que eu não gostava do termo "novo normal", mas não sabia explicar porquê.
Esse termo, que é dito por algumas pessoas até com um tom otimista, me fez pensar, inclusive, no que significa a palavra normal: conforme a regra, regular, usual, comum, natural.
Não pode ser normal passar um ano, isso, UM ANO, sem abraçar a avó.
Não pode ser normal ter medo de esbarrar nas pessoas no supermercado.
Não pode ser normal espirrar e criar mil paranoias na cabeça.
Não pode ser normal a amiga - que é como uma irmã - estar grávida e você não poder acompanhar a gestação de perto, colocando a mão na barriga para sentir aquela vida se formando.
Não pode ser normal não enterrar os entes queridos.
Eu criei esse blog há quase um ano, quando já vivíamos isso e eu precisava elaborar o que estava sentindo. Já escrevi algumas coisas sobre esse tema por aqui. Mas hoje o nó na garganta apertou e as lágrimas desceram pelos olhos.
Eu realmente acho que vamos levar aprendizados desse momento... mas, por favor, não me digam que a distância é normal!
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