Numa conversa sobre a vida de adulto com uma amiga de infância, ela resumiu, brilhantemente, o que é morar sozinha na seguinte frase: "eu descobri que o papel higiênico não brota no banheiro". Desde então, além de repetir isso sempre que posso, eu nunca mais fiquei sem um fardo de papel higiênico em casa.
Parece bobeira, mas quando se mora sozinho essas coisas passam a pular aos nossos olhos. O banheiro é um dos cômodos em que isso fica muito evidente. Dá pra tomar banho de porta aberta, mas se esquecer a tolha a molhança na casa - que você mesmo terá que limpar depois - é certa!
Mas não só no banheiro fica evidente o que é morar sozinho e toda a mudança não só de rotina mas de mentalidade que isso traz! A cozinha, por exemplo, também te lembra, frequentemente, que não há mais ninguém para repartir!
Por um lado, você sempre terá exatamente o mesmo tanto de louça suja que deixou e ninguém vai roubar o último pedaço de pizza. Mas, se não ficar esperto, as coisas perdem! E como perdem!
A sala é o paraíso para quem mora sozinho. Não se tem que dividir o sofá e nem o controle remoto.
Não tem que dividir.
Chegar em casa cansado e ficar à vontade também é uma das facetas maravilhosas de morar sozinho. O silêncio durante as reuniões e aulas online é um super privilégio.
O silêncio.
Morar sozinho é mais que uma condição.
Para muitos, pode ser aterrorizante. Para muitos outros, liberdade.
Mas, para todos, é um contato frequente e forçado ao silêncio ensurdecedor de encontrar-se, sem terceiros, consigo mesmo.
Aproveitar ou não, eis a questão!
Para citar a fonte,
a célebre frase que dá nome a esse texto
é da Débora Sousa,
uma querida amiga!
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