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Sobre noites, medos e coragem!

 "Às vezes, na noite escura... a gente se pega sentindo medo."

Não que apenas à noite a gente sinta medo, mas é que, à noite, ele parece muito maior.
Nos últimos dois anos eu senti muitos medos na noite escura.

Senti medo de ficar doente.
Senti medo das pessoas que eu amo adoecerem.
Senti medo de adoecer as pessoas que eu amo.

Também senti medo de pessoas que não sentem medo!

Senti medo de perder o trabalho.
Senti medo das pessoas perderem o trabalho.
Senti medo de nos perdermos.

Também senti medo de pessoas que não sentem medo!

Senti medo de amar.
Senti medo de ser amada.
Senti medo de não dar conta!
Senti medo de sentir medo.

Também senti medo de pessoas que não sentem medo!

E aí, lendo a história do Tio Luiz, brilhantemente contada pela Nina e pela Dessa - aliás, um dos melhores presentes que um professor poderia ganhar - eu percebi que senti muito medo, mas que também tive muita coragem.

A coragem não é o contrário do medo. A coragem é a força que nos leva a atravessar as aventuras!

E o que é a vida, se não uma... aliás, várias aventuras?!

Então senti medo de quem não tem coragem!

Coragem de refletir, de sentir, de expressar e realizar suas vontades.
Coragem de, além dos monstros, enxergar as estrelas na noite escura.

Este texto é sobre medo, mas também é sobre coragem.
A coragem que, muitas vezes, também nasce na noite escura!


Este texto fala de mim, mas também fala da obra e da coragem de duas irmãs talentosíssimas em expor os nossos medos de forma tão poética e terna.
"Às vezes, na noite escura" é convite a sentir! E isso exige coragem!

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